quarta-feira, setembro 17, 2003

Segundo um estudo da Mckinsey o principal problema de Portugal nos domínios da produtividade é a economia paralela.

Esta economia paralela está ligada à fuga aos impostos, à segurança social, entre outros factores.

Aliás, o estudo revela aquilo que para a maioria dos portugueses deveria ser líquido e que com a discussão do código laboral ficou posto de parte, mas que, no meu entender, são causas mais importantes do que propriamente a legislação laboral.

A burocracia que em muitos casos castra o empreendorismo, o não cumprimento de regras básicas por parte do Estado português, que é de resto uma das principais causas da fraca produtividade, a pouca vontade de levar a efeito uma reforma fiscal séria, a fraca qualificação de trabalhadores e empresários que tem como origem, entre outros factores, o fraco sistema educativo (pouco exigente), são as causas reais da fraca produtividade nacional.

Ferramentas de gestão obsoletas, uma fraca percepção daquilo que deve ser uma empresa (vista em muitos casos como um instrumento para acumular riqueza, quando na realidade deve ser encarada como um organismo vivo, feito por pessoas e que tem uma dimensão social que é fundamental interiorizar por todos aqueles que são empresários.

Vivemos numa sociedade onde a fuga aos impostos está instituida, onde o que é importante é conseguir enganar o Estado e onde este último tem como pricipal função dificultar ao máximo o papel dos indivíduos nas coisas mais banais do dia-a-dia.

Reduzir estes problemas à legislação laboral é, do meu ponto de vista, uma desonestidade intelectual gigantesca.

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